Building codes and standards are critical levers for shaping housing supply, safety, and resilience. Yet they remain less studied than other land use and housing policies.
The Lincoln Institute invites proposals for applied research on how modernizing, aligning, and improving the adoption and enforcement of building codes and standards can address two of the nation’s most pressing challenges: the shortage of affordable housing and the growing risks of climate change and natural hazards. We seek research that examines how codes and standards influence housing supply, quality, and affordability; resilience to climate-related risks; governance and enforcement; and equity for vulnerable communities. This request for proposals (RFP) will support short-term projects that produce actionable evidence for policymakers, practitioners, and advocates. Awards will range from $20,000 to $50,000 for one year.
This RFP is open to researchers and research teams based at universities or nonprofit organizations, including think tanks and advocacy organizations. The application form will open on October 8, 2025, and the deadline to submit a proposal is November 5, 2025, 11:59 p.m., ET. Awards will be announced by December 3, 2025, via email.
Em São Paulo, encravado entre arranha-céus de escritórios, lojas de luxo e hotéis sofisticados do bairro Vila Olímpia, está um conjunto habitacional de interesse social com 272 unidades. Construído no local da antiga favela Coliseu, o edifício de condomínio residencial não é apenas um novo e mais seguro lar para centenas de famílias de baixa renda que viveram na ocupação informal por décadas, enfrentando incêndios, enchentes e ratos. Segundo os defensores, essa iniciativa prova que o investimento em um bairro não precisa causar o deslocamento de seus moradores e que é possível construir moradias populares mesmo nas áreas mais valorizadas de uma cidade.
Em março, o Lincoln Institute of Land Policy convidou um grupo diverso de pesquisadores e profissionais de diferentes países para participar de uma excursão de estudo de quatro dias junto a membros da sua equipe. Combinando aulas teóricas e visitas a campo, o estudo permitiu que os participantes conhecessem de perto esse exemplo bem conhecido de captura do valor da terra. Também conhecida como retorno do valor da terra, a captura do valor da terra diz respeito a um conjunto de políticas que permite à comunidade recuperar e reinvestir o aumento do valor da terra decorrente de investimentos públicos ou outras ações governamentais, como a construção de uma nova estação de transporte ou mudanças nas normas de zoneamento.
“Em São Paulo, temos pelo menos dois exemplos importantes de favelas que foram melhoradas em áreas em que o valor da terra é muito alto”, explica Paulo Sandroni, economista que desenvolveu o curso junto com a urbanista Camila Maleronka. “Nossa ideia foi explicar e apresentar às pessoas os instrumentos que utilizamos, primeiro, para capturar o incremento do valor da terra, e segundo, para manter as pessoas que viviam nas favelas no mesmo lugar em que estavam, mas agora em apartamentos muito bons”.
O processo funciona assim: a cidade escolhe uma área para receber alguma intervenção pública como parte de uma “Operação Urbana”. Incorporadores que desejam construir edificações maiores do que o permitido naquela zona podem comprar Certificados de Potencial Adicional de Construção, ou CEPACs, que são vendidos na bolsa de valores, o que significa que o setor privado acaba definindo seu preço. A receita gerada com esses leilões de CEPACs financia obras públicas e habitação social no mesmo bairro.
Mas o fato de ser possível capturar e reinvestir o aumento do valor da terra em habitação social não significa que isso aconteça automaticamente, especialmente em bairros de alto valor imobiliário. “A comunidade do Coliseu teve que lutar contra muitas adversidades e diversas forças de incorporadores e vizinhos que não queriam que eles permanecessem ali, incluindo algumas pessoas da própria administração”, diz Sandroni. “Mas as lideranças desse movimento disseram: ‘Temos o direito de estar aqui. A legislação nos deu as ferramentas para permanecermos aqui, e há recursos para construir esses prédios’. Foi um exemplo maravilhoso de desenvolvimento urbano inclusivo”.
Moradora do Coliseu com a chave da sua casa nova. Crédito: Marcelo Pereira/SECOM via Cidade de São Paulo.
As ferramentas de captura de valor em São Paulo já foram tema de muitos estudos de caso, mas ver os resultados de perto, no local, ajudou a dar vida ao conceito para muitos dos participantes, vindos de organizações como a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OECD), o Banco Europeu para a Reconstrução e o Desenvolvimento (BERD) e o Centre for Affordable Housing Finance in Africa, entre outros.
“Fiquei realmente impressionada com o que vi em São Paul”, disse Line Algoed, antropóloga urbana da Vrije Universiteit Brussel. “Eu conhecia o conceito de captura do valor da terra, mas nunca tinha visto os resultados pessoalmente. Eu não conhecia os CEPACs nem os outros instrumentos usados em São Paulo. Isso coloca a cidade na vanguarda do urbanismo inovado”.
Os resultados em São Paulo não foram perfeitos, acrescentou Algoed, “mas é muito positivo ver que o governo local está tentando mitigar as consequências da especulação imobiliária desenfreada”.
Hiro Ito participou do curso movido pela curiosidade sobre mecanismos financeiros que possam ajudar as cidades a financiarem infraestruturas voltadas ao enfrentamento das mudanças climáticas. Ito é gerente de programa do Green City Action Plan do BERD, onde trabalha com governos municipais para identificar investimentos e políticas capazes de prepará-los para desafios ambientais e para as mudanças climáticas. “Já desenvolvemos planos de ação com 47 cidades”, disse Ito. “Mas muitas dessas ações, especialmente as relacionadas à natureza ou à adaptação climática, acabam não sendo implementadas”, muitas vezes por falta de financiamento.
“Soluções baseadas na natureza, proteção contra enchentes, mitigação do efeito de ilha de calor urbana, esses projetos, tradicionalmente, não geram receita”, explicou Ito. “Espero que esse tipo de ferramenta seja uma nova forma de fortalecer as finanças municipais para que cidades ao redor do mundo possam fazer muito mais nesses espaços”.
Durante uma caminhada que incluiu tanto o edifício Coliseu quanto a icônica ponte Octavio Frias de Oliveira, Ito ficou impressionado com a escala e o alcance dos investimentos da cidade e se perguntou se uma ferramenta de captura do valor da terra semelhante poderia funcionar em Ancara, na Turquia, onde o BERD está ajudando a financiar a construção de uma nova linha de metrô. Logo após a viagem, Ito e seus colegas começaram a estudar “como poderíamos, potencialmente, implementar um instrumento de financiamento baseado na terra para a Prefeitura Metropolitana de Ancar”, disse ele, já que há diversos terrenos públicos nas proximidades que poderiam ser desenvolvidos. “Será que poderíamos introduzir mecanismos como os CEPACs para arrecadar recursos a partir desse processo de reurbanização? No fim das contas, o objetivo é cobrir os custos das extensões do metrô, mas esses espaços de regeneração urbana também poderiam incorporar benefícios sociais e ambientais”.
Participantes da excursão de estudo do Lincoln Institute em São Paulo ouvem a líder comunitária do Coliseu, Rosana Maria dos Santos. Crédito: Lincoln Institute.
Ito valorizou o fato de os instrutores do curso, Sandroni e Maleronka, também terem apresentado as limitações, fragilidades e desafios da abordagem adotada em São Paulo. Ele reconhece que o sucesso de uma iniciativa semelhante depende de certas condições.
“Estamos testando isso na Turquia, porque a população urbana está crescendo, então há uma forte demanda por mais moradias e faz sentido para alguns incorporadores comprarem direitos adicionais”, disse Ito. “Mas nem todos os países em que o BERD atua têm essa mesma tendência demográfica”, ele acrescentou, observando que os mercados imobiliários de cidades menores da Bulgária ou da Romênia, por exemplo, podem não ser fortes o suficiente para sustentar um modelo de financiamento baseado na valorização da terra. “Mas gostamos muito da ideia de uma abordagem baseada no mercado para definir o preço… Acho que foi uma forma muito inteligente de aproveitar ao máximo o espaço”.
O que mais marcou Kecia Rust, fundadora e diretora executiva do Centre for Affordable Housing Finance in Africa, foi a ideia de que o direito de construir no espaço aéreo é um bem público.
“A abordagem geral que tornou possível o investimento no Coliseu e em outros projetos de habitação social, assim como a entrega da icônica ponte de São Paulo, do monotrilho, das vias, ciclovias e de outras obras públicas, é oriunda de uma filosofia fundamental de que o direito à propriedade privada pode se estender em termos de longitude e latitude, mas não em altura”, escreveu Rust em uma postagem no blog refletindo sobre o curso. “Os direitos de construir no espaço aéreo são um bem público, que o setor público vende para gerar receita e investir em obras públicas e habitação social”, continuou ela. “A cidade não precisa se endividar quando investe na construção de vias, pontes e moradias sociais”.
“Acho que o grande desafio que enfrentamos no contexto africano é que não temos, de fato, os dados nem a capacidade de gestão no nível das cidades locais para fazer algo da magnitude do que vimos sendo feito em São Paulo”, disse Rust. “Mas o que vi e compreendi foi muito inspirador”.
Vários membros da equipe do Lincoln Institute também participaram do curso. Muitos deles, fora da equipe da América Latina, nunca haviam tido a oportunidade de ver presencialmente esse importante exemplo global de captura do valor da terra. “Essa ideia de desenvolvimento sem deslocamento, de como proteger ou reduzir os riscos de remoção forçada quando se investe em comunidades, esse é um tema central em muito do que fazemos no instituto”, diz Enrique Silva, diretor de programas do Lincoln Institute. Silva fez questão de convidar integrantes de diferentes áreas da organização: “Essa ideia de aprender juntos, de compartilhar, aprender e trocar experiências, é algo que eu adoraria ver acontecer com mais frequência”.
Jon Goreyé redator da equipe do Lincoln Institute of Land Policy.
Imagem principal: O conjunto habitacional social Coliseu, com 272 unidades, cercado pelos prédios mais altos do bairro Vila Olímpia em São Paulo, é um exemplo de captura do valor da terra. Crédito: Cidade de São Paulo.
Coming to Terms with Density: An Urban Planning Concept in the Spotlight
September 15, 2025
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Listen on:
A conversation all about density, on the occasion of the return of an online resource, Visualizing Density, at the Lincoln Institute of Land Policy website.
It’s an urban planning concept that sounds extra wonky, but it is critical in any discussion of affordable housing, land use, and real estate development: density.
In this episode of the Land Matters podcast, two practitioners in architecture and urban design shed some light on what density is all about, on the ground, in cities and towns trying to add more housing supply.
The occasion is the revival of a Lincoln Institute resource called Visualizing Density, which was pushed live this month at lincolninst.edu after extensive renovations and updates. It’s a visual guide to density based on a library of aerial images of buildings, blocks, and neighborhoods taken by photographer Alex Maclean, originally published (and still available) as a book by Julie Campoli.
It’s a very timely clearinghouse, as communities across the country work to address affordable housing, primarily by reforming zoning and land use regulations to allow more multifamily housing development—generally less pricey than the detached single-family homes that have dominated the landscape.
Residential density is understood to be the number of homes within a defined area of land, in the US most often expressed as dwelling units per acre. A typical suburban single-family subdivision might be just two units per acre; a more urban neighborhood, like Boston’s Back Bay, has a density of about 60 units per acre.
Demographic trends suggest that future homeowners and renters will prefer greater density in the form of multifamily housing and mixed-use development, said David Dixon, a vice president at Stantec, a global professional services firm providing sustainable engineering, architecture, and environmental consulting services. Over the next 20 years, the vast majority of households will continue to be professionals without kids, he said, and will not be interested in big detached single-family homes.
Instead they seek “places to walk to, places to find amenity, places to run into friends, places to enjoy community,” he said. “The number one correlation that you find for folks under the age of 35, which is when most of us move for a job, is not wanting to be auto-dependent. They are flocking to the same mixed-use, walkable, higher-density, amenitized, community-rich places that the housing market wants to build … Demand and imperative have come together. It’s a perfect storm to support density going forward.”
Tensions often arise, however, when new, higher density is proposed for existing neighborhoods, on vacant lots or other redevelopment sites. Tim Love, principal and founder of the architecture firm Utile, and a professor at Harvard University’s Graduate School of Design, said he’s seen the wariness from established residents as he helps cities and towns comply with the MBTA Communities Act, a Massachusetts state law that requires districts near transit stations with an allowable density of 15 units per acre.
Some towns have rebelled against the law, which is one of several state zoning reform initiatives across the US designed to increase housing supply, ultimately to help bring prices down.
Many neighbors are skeptical because they associate multifamily density with large apartment buildings of 100 or 200 units, Love said. But most don’t realize there is an array of so-called “gentle density” development opportunities for buildings of 12 to 20 units, that have the potential to blend in more seamlessly with many streetscapes.
“If we look at the logic of the real estate market, discovering over the last 15, 20 years that the corridor-accessed apartment building at 120 and 200 units-plus optimizes the building code to maximize returns, there is a smaller ‘missing middle’ type that I’ve become maybe a little bit obsessed about, which is the 12-unit single-stair building,” said Love, who conducted a geospatial analysis that revealed 5,000 sites in the Boston area that were perfect for a 12-unit building.
“Five thousand times twelve is a lot of housing,” Love said. “If we came up with 5,000 sites within walking distance of a transit stop, that’s a pretty good story to get out and a good place to start.”
Another dilemma of density is that while big increases in multifamily housing supply theoretically should have a downward impact on prices, many individual dense development projects in hot housing markets are often quite expensive. Dixon, who is currently writing a book about density and Main Streets, said the way to combat gentrification associated with density is to require a portion of units to be affordable, and to capture increases in the value of urban land to create more affordability.
“If we have policies in place so that value doesn’t all go to the [owners of the] underlying land and we can tap those premiums, that is a way to finance affordable housing,” he said. “In other words, when we use density to create places that are more valuable because they can be walkable, mixed-use, lively, community-rich, amenitized, all these good things, we … owe it to ourselves to tap some of that value to create affordability so that everybody can live there.”
The Lincoln Institute of Land Policy launched an updated iteration of Visualizing Density, a database containing hundreds of aerial photographs of neighborhoods each measured by housing density in units per acre. Intended for planners, designers, public officials, policymakers, practitioners, journalists, and citizens, the tool helps communities manage misperceptions about density as they consider residential development. By illustrating, for example, what four units per acre looks like, compared to greater or lesser concentrations of housing, the tool helps users envision more realistically how different degrees of density will fit into the context of their cities and towns.
As communities across the country work to address affordable housing, a common tactic has been to reform local zoning to allow more multi-family housing development, particularly at infill locations and near transit. That increase in housing supply, including four-plexes or so-called “missing middle” complexes of 20 units per acre or more, is by definition more dense than the single-family homes that have dominated the landscape. The public understanding of greater density in this context has become a central flashpoint in the effort to create more affordable housing. CAMBRIDGE, MA – Despite wariness by established neighborhood residents, higher density development that is well-designed can fit in with the character of many neighborhoods, and has been the historic development pattern in many places for more than a century, the website shows. Visualizing Density also explains how higher density can improve the health of communities by saving land, conserving energy, and decreasing costs.
“Visualizing Density is an extremely helpful tool to inform planning development for a community, especially with the intention of improving affordability,” said George W. McCarthy, president and CEO of the Lincoln Institute of Land Policy.
The database includes links to relevant resources, including interactive storymaps, case studies, and articles, as well as a link to the 2007 book Visualizing Density by Julie Campoli and Alex MacLean, which this subcenter was originally based upon.
El curso aborda un problema compartido por muchas ciudades: la separación de los más pobres en barrios alejados y con menos oportunidades frente al cual hay alternativas de política pública. Comprenderemos la segregación, los factores que la causan, sus efectos nocivos y las oportunidades que ofrecen las políticas de suelo para la vivienda social integrada. Exploraremos ideas comunes pero equivocadas, tales como pensar que solo la vivienda formal merece atención, o creer que mezclar distintos grupos sociales siempre desvaloriza las propiedades. También conoceremos como los ciudadanos, empresas y gobierno pueden participar en políticas de vivienda qué promuevan la integración social a través de ejemplos de diversos países y locales.
Relevancia:
Las políticas tradicionales de vivienda social restan importancia a la segregación y privilegian exclusivamente el acceso a la vivienda formal. Sin embargo, la segregación espacial reduce las oportunidades de familias y grupos vulnerables, y suele agravar problemas sociales como la violencia, la deserción escolar y el tráfico de drogas. Una buena localización trae oportunidades, mientras que una mala conlleva obstáculos. Ambas suelen ser el resultado de distintas acciones y políticas públicas, por lo que estudiar y conocer la importancia que tiene una localización no segregada puede ser crucial para mejorar las políticas de suelo y de vivienda social.
La fecha límite para postular es el 12 de octubre de 2025.
Lincoln Institute of Land Policy and Land Trust Alliance Present Hudson Valley’s Steve Rosenberg with Kingsbury Browne Distinguished Practitioner Award
The Kingsbury Browne Distinguished Practitioner award—named for Kingsbury Browne, a lawyer and conservationist who was a Lincoln Institute Fellow in 1980 and inspired the Alliance’s founding in 1982—is presented annually and honors those who have enriched the conservation community through their outstanding leadership, innovation, and creativity in land conservation. Rosenberg will serve as the Kingsbury Browne distinguished practitioner for the Lincoln Institute in Cambridge, Massachusetts, for 2025–2026.
Rosenberg is currently the co-convener of the Hudson Valley Alliance for Housing and Conservation, which brings together organizations to strengthen biodiversity and climate resilience in New York’s Hudson Valley while creating affordable places where people can live. His work there follows more than three decades as the senior vice president of Scenic Hudson and the executive director of the Scenic Hudson Land Trust, where he led many efforts bringing land, equity, and conservation together at the regional scale, including authoring the NYC/Hudson Valley Foodshed Conservation Plan, launching Scenic Hudson’s River Cities Program, and transforming postindustrial Hudson River waterfronts into inviting public places. Rosenberg served on the board of the Land Trust Alliance for nine years.
“Steve has been a driving force in putting conservation to work for communities—safeguarding local food systems, expanding land access, and advancing economic opportunity,” said Chandni Navalkha, director of conservation and stewardship at the Lincoln Institute. “His leadership in uniting the land conservation and affordable housing sectors in the Hudson Valley sets a powerful example for collaborative solutions that benefit people and places, nationwide and beyond.”
“I have witnessed firsthand Steve’s passion and tireless dedication to land conservation and the mutually reinforcing benefits to people and communities,” said Ashley Demosthenes, CEO of the Land Trust Alliance. “The acreage protected and parks that were created during his tenure at Scenic Hudson are tremendous assets for communities and the entire Hudson Valley. And his bringing together of the affordable housing community and the land preservation community has made it possible to address critical community issues in new and collaborative ways. It is my honor to recognize Steve Rosenberg as the recipient of the 2025 Kingsbury Brown Distinguished Practitioner award.”
About the Land Trust Alliance
Founded in 1982, the Land Trust Alliance is a national land conservation organization working to save the places people need and love by empowering and mobilizing land trusts in communities across America to conserve land for the benefit of all. The Alliance represents approximately 1,000 member land trusts and affiliates supported by more than 250,000 volunteers and 6.3 million members nationwide. The Alliance is based in Washington DC, with staff in communities across the United States.
About the Lincoln Institute of Land Policy
The Lincoln Institute of Land Policy seeks to improve quality of life through the effective use, taxation, and stewardship of land. A nonprofit private operating foundation whose origins date to 1946, the Lincoln Institute researches and recommends creative approaches to land as a solution to economic, social, and environmental challenges. Through education, training, publications and events, we integrate theory and practice to inform public policy decisions worldwide.
Lead image: Steve Rosenberg (center) accepts the Kingsbury Browne award alongside Land Trust Alliance CEO Ashley Demosthenes (right) and board chair David Calle (left). Credit: DJ Glisson II/Firefly Imageworks.
En São Paulo, Brasil, entre rascacielos corporativos, tiendas de lujo y hoteles de alta gama del barrio Vila Olímpia, se encuentra un complejo de viviendas de interés social de 272 unidades. Construido en el terreno de la antigua favela Coliseu, el altísimo edificio de condominios no es solo un hogar nuevo y más seguro para cientos de familias de bajos ingresos que vivieron en el asentamiento informal durante décadas, en medio de incendios, inundaciones y ratas. También es, según sus promotores, una prueba de que la inversión en un vecindario no necesariamente significa el desplazamiento de los residentes, y de que las viviendas de interés social se pueden construir incluso en la zona más cara de una ciudad.
En marzo, el Instituto Lincoln de Políticas de Suelo invitó a un grupo diverso de investigadores y profesionales de todo el mundo a participar en un viaje de estudio de cuatro días junto con algunos miembros del personal del instituto. El viaje de estudio, que combinó sesiones en el aula con visitas de campo, permitió a los participantes explorar de primera mano este reconocido ejemplo de recuperación de plusvalías. También llamada captación de la plusvalía, la recuperación de plusvalías se refiere a un conjunto de políticas que le permiten a una comunidad recuperar y reinvertir las plusvalías del suelo generadas por la inversión pública u otras acciones gubernamentales, como una nueva estación de transporte o un cambio en los requisitos de zonificación.
“En São Paulo, tenemos al menos dos buenos ejemplos de asentamientos informales que se mejoraron en lugares donde el suelo es muy caro”, explica Paulo Sandroni, un economista que desarrolló el curso en conjunto con la urbanista Camila Maleronka. “Tuvimos la idea de presentarles y explicarles a los demás los instrumentos que usamos; primero, para recuperar las plusvalías, y, segundo, para garantizar que las personas de asentamientos informales sigan viviendo en el mismo lugar, pero ahora en cómodos apartamentos”.
El proceso funciona de la siguiente manera: La ciudad elige un área para realizar una intervención pública como parte de una “Operación Urbana”. Los emprendedores inmobiliarios que deseen construir estructuras más grandes de lo permitido en esa zona pueden comprar Certificados de Potencial Adicional de Construcción, o CEPAC, que se venden en el mercado público de valores. Por ende, es el sector privado quien determina el precio en última instancia. Los ingresos de esas subastas de CEPAC luego financian obras públicas y viviendas de interés social en el mismo vecindario.
Sin embargo, el hecho de que sea posible recuperar las plusvalías y reinvertirlas en viviendas de interés social no significa que suceda inevitablemente, en especial, en vecindarios caros. “La comunidad de Coliseu tuvo que luchar contra muchas adversidades y muchas fuerzas, ya sea de emprendedores inmobiliarios, de vecinos que no querían que se quedaran allí e incluso de algunos miembros del gobierno”, dice Sandroni. “Pero los líderes de este movimiento dijeron: ‘Tenemos derecho a estar aquí. La legislación nos dio las herramientas para quedarnos aquí, y hay dinero para construir estos edificios’. Fue un maravilloso ejemplo de desarrollo urbano inclusivo”.
Una residente de Coliseu con la llave de su nuevo hogar. Crédito: Marcelo Pereira/SECOM vía Ciudad de São Paulo.
Las herramientas de recuperación de plusvalías de São Paulo han sido el foco de muchos estudios de casos; pero ver los resultados en persona, in situ, ayudó a materializar el concepto para muchos participantes de organizaciones como la Organización para la Cooperación y el Desarrollo Económico (OCDE), el Banco Europeo de Reconstrucción y Desarrollo (BERD) y el Centro para el Financiamiento de Viviendas Asequibles en África, entre otros.
“Lo que vi en São Paulo me sorprendió mucho”, dice Line Algoed, una antropóloga urbana de la Vrije Universiteit Brussel. “Sabía sobre la recuperación de plusvalías, pero nunca había visto los resultados en persona. No sabía nada sobre los CEPAC y los otros instrumentos utilizados en São Paulo, que posicionan a esta ciudad como referente del urbanismo innovador”.
Los resultados en São Paulo no fueron perfectos, agrega Algoed, “pero es muy bueno ver que el gobierno local está tratando de mitigar las consecuencias de la especulación inmobiliaria desenfrenada”.
Hiro Ito se unió al curso interesado por los mecanismos financieros que podrían ayudar a las ciudades a pagar infraestructura climática. Ito es el gerente de programa del Plan de Acción para Ciudades Verdes del BERD, donde trabaja con gobiernos municipales para identificar inversiones y políticas que puedan ayudarlos a prepararse para desafíos ambientales y el cambio climático. “Hemos desarrollado planes de acción con 47 ciudades”, indica Ito. “Pero muchas de esas acciones, sobre todo las relacionadas con la naturaleza o la adaptación al clima, no se están implementando”, muchas veces por falta de fondos.
“Las soluciones basadas en la naturaleza, la protección contra inundaciones y la mitigación del efecto isla de calor urbano no son proyectos que usualmente generen ingresos”, explica Ito. “Esperamos que esta sea otra forma de fortalecer las finanzas municipales para que las ciudades de todo el mundo puedan aprovechar en mayor medida esos espacios”.
En un recorrido a pie que incluyó tanto el edificio Coliseu como el icónico puente Octavio Frias de Oliveira de São Paulo, Ito quedó impresionado con el alcance y la escala de las inversiones de la ciudad, y se preguntó si un método similar de recuperación de plusvalías podría funcionar en Ankara, Turquía, donde el BERD ayuda a financiar la construcción de una nueva línea de metro. Al regresar del viaje, Ito y sus colegas comenzaron a estudiar cómo implementar una herramienta de financiamiento con base en el suelo para la Municipalidad Metropolitana de Ankara, ya que hay varios terrenos de propiedad pública que podrían urbanizarse en la zona. “¿Podríamos introducir mecanismos como los CEPAC para recaudar a partir de esa reurbanización? En última instancia, es para cubrir el costo de las ampliaciones del metro, pero potencialmente las áreas de regeneración urbana podrían traer otros beneficios sociales y medioambientales”.
Los participantes del viaje de estudio del Instituto Lincoln de São Paulo escuchan a la líder de la comunidad de Coliseu, Rosana Maria dos Santos. Crédito: Instituto Lincoln.
Ito valoró que los instructores del curso, Sandroni y Maleronka, también explicaran algunas de las deficiencias, limitaciones y desafíos del enfoque de São Paulo. Reconoce que alcanzar un éxito similar depende de ciertas condiciones.
“La idea de aplicar este método en Turquía surge porque la población urbana está creciendo y hay una fuerte demanda de viviendas adicionales. Tiene sentido para algunos emprendedores inmobiliarios comprar derechos adicionales”, dice Ito. “Pero no todos los países donde opera el BERD tienen una tendencia demográfica similar”, agrega, y señala que los mercados inmobiliarios de las ciudades más pequeñas de Bulgaria o Rumanía, por ejemplo, pueden no ser lo suficientemente fuertes como para sostener el financiamiento con base en el suelo. “Pero nos gustó mucho este enfoque basado en el mercado para determinar el precio… me pareció una forma muy inteligente de aprovechar al máximo el espacio”.
“El enfoque general que hizo que sean posibles Coliseu y otras inversiones en viviendas de interés social, así como también la entrega del icónico puente de São Paulo, el monorraíl, las carreteras, los carriles para bicicletas y otras inversiones en obras públicas proviene de una filosofía subyacente de que los derechos de propiedad privada pueden extenderse en términos de longitud y latitud, pero no en altura”, escribió Rust en una entrada de blog que reflexiona sobre el curso. “Los derechos de aire son un bien público, que el sector público vende para generar ingresos para invertir en obras públicas y viviendas de interés social”, continuó. “La ciudad no tiene que endeudarse cuando invierte en la construcción de carreteras, puentes y viviendas de interés social”.
“Creo que el desafío clave que enfrentamos en el contexto africano es que realmente no tenemos los datos o la capacidad de gestión a nivel local para llegar a hacer lo que se está haciendo en São Paulo”, dice Rust. “Pero lo que vi y entendí fue muy inspirador”.
Varios miembros del personal del Instituto Lincoln también se unieron al curso, muchos de los cuales, fuera del equipo de América Latina, nunca habían tenido la oportunidad de ver en persona este prominente ejemplo global de recuperación de plusvalías. “Esta idea de desarrollo sin desplazamiento, de cómo salvaguardar o reducir el riesgo de desplazamiento cuando se invierte en las comunidades, es un tema que está en primer plano en gran parte del trabajo que estamos realizando en el instituto”, dice Enrique Silva, director de programas del Instituto Lincoln. Silva invitó intencionalmente a miembros del personal de todos los sectores de la organización: “Esta idea de aprender juntos, compartir y aprender e intercambiar, es algo que me encantaría que sucediera con mayor frecuencia”.
Jon Gorey es redactor del Instituto Lincoln de Políticas de Suelo.
Imagen principal: El complejo de viviendas de interés social Coliseu, de 272 unidades, rodeado por los edificios más altos del distrito Vila Olímpia de São Paulo, es un ejemplo de recuperación de plusvalías.Crédito: Ciudad de São Paulo.
Events
On Common Ground: Land Policy for Housing and Climate Solutions
October 7, 2025 - October 9, 2025
Cambridge, MA
Offered in English
SHARE
Cities across the US and the world are grappling with a compounding housing and climate crisis. On October 7–9, 2025, the Lincoln Institute will host a convening to build momentum and foster collaboration between a group of key housing and climate leaders who generally do not work together, but are especially influential on policy and land use reform at different levels of government. The discussion will focus on policy recommendations, collaboration, and opportunities for local, regional, and state action. At the convening, we will share the findings of our initial research, preview a working paper draft, and begin to build a collaborative community of housing and climate leaders who can support local, regional, and state action by helping governments access all levers at their disposal to address housing supply, resiliency and insurability, and climate change.
El Instituto Lincoln ofrece una variedad de oportunidades para investigadores que se encuentran transitando momentos tempranos y medios de sus carreras. En esta serie, hacemos un seguimiento de nuestros becarios para conocer más sobre su trabajo.
Con una maestría en Planeamiento Urbano y un doctorado en Antropología, hace tiempo que Adriana Hurtado Tarazona se interesa por la relación entre el comportamiento humano y la organización urbana y, en especial, cómo y dónde eligen vivir las personas. Luego de recibir una beca para estudiantes de posgrado del Programa para América Latina y el Caribe (ALC) del Instituto Lincoln, dedicó años al estudio de megaproyectos de viviendas de interés social en las afueras de ciudades de Colombia; esto le permitió pasar mucho tiempo conversando con las personas que vivían allí, para conocer cómo experimentaban la comunidad y el entorno construido.
Hoy, Hurtado Tarazona es profesora adjunta de Planificación, Gobernanza y Desarrollo Territorial en el Centro Interdisciplinario de Estudios sobre Desarrollo (CIDER) de la Universidad de los Andes en Bogotá, Colombia. “Doy un curso introductorio sobre instrumentos de planificación del suelo, así que todavía sigo hablando de lo que aprendí gracias al Instituto Lincoln en un curso al que asistí en Quito allá por 2005”, comenta.
En esta entrevista, que se editó por razones de longitud y claridad, Hurtado Tarazona analiza por qué la vivienda debería tratarse como una política social en lugar de una política económica, comparte opiniones sorprendentes de los residentes de viviendas de interés social y, además, explica por qué puede ser mejor otorgar dinero para que las personas mejoren su vivienda antes que subsidiar la compra de viviendas nuevas.
JON GOREY: ¿Cuál es el enfoque general de su investigación? ¿Y cómo cree que contribuyó en ese trabajo la beca del Instituto Lincoln?
ADRIANA HURTADO TARAZONA: Recibí la beca para la tesis de maestría en 2006. Estaba analizando el impacto en el valor del suelo de un sector de la infraestructura de los sistemas de transporte público masivo en autobús (BRT, por sus siglas en inglés) en Bogotá: el TransMilenio. Ese era uno de los primeros estudios que se realizaban porque, en ese momento, el TransMilenio se había implementado hacía solo cuatro años, por lo que era muy nuevo. Buscaba documentar los cambios en el espacio urbano en el área circundante a las dos grandes estaciones, desde la perspectiva del mercado del suelo y desde la perspectiva de los residentes en la zona.
Me encantó participar del programa, porque conocí a muchos de los profesores y las profesoras vinculados con el programa de América Latina. Disfruté mucho la experiencia. Y, hace tres años, una de mis estudiantes recibió la misma beca que yo había recibido casi 20 años antes. Fue interesante participar de nuevo desde un lugar diferente, acompañar a mi alumna y ser testigo de cómo ella pudo experimentar los beneficios de la beca.
JG: ¿En qué está trabajando ahora y en qué le interesaría trabajar a futuro?
AHT: Ahora estoy trabajando en cuatro proyectos de investigación. Dos de ellos están relacionados con el tema principal de mi tesis doctoral, que es la vivienda de interés social y, más específicamente, la producción y expansión urbana de megaproyectos de vivienda de interés social en las fronteras urbanas. Uno de los proyectos que finalizaremos este año con la Universidad de York en Toronto se llama “Periferias verticales”. Analizamos el impacto subjetivo de vivir en la periferia, pero también el impacto en el planeamiento urbano y la gobernanza del proceso de metropolización, en el que las viviendas de interés social traspasan los límites de las ciudades colombianas. El otro proyecto se enfoca en el impacto económico del acceso a las viviendas de interés social. Analizaremos puntualmente cómo los hogares administrados por mujeres tienen que modificar su economía doméstica a fin de poder mantenerse al día con los costos para acceder por primera vez a una vivienda de su propiedad.
El tercero es el proyecto de infraestructura del cuidado de personas, liderado por la Universidad de Washington en Seattle. Se trata de un proyecto comparativo entre Belfast, Belo Horizonte (en Brasil) y Bogotá. Estudiamos historias sobre el cambio urbano en general y, en Bogotá, nos centramos en cómo el cuidado se convirtió en un foco de la política urbana, lo cual no sucedía hasta hace muy poco, y analizamos el nacimiento del sistema de CUIDADO distrital como una infraestructura urbana. Tenemos reglamentaciones nuevas que entienden que la infraestructura del cuidado está al mismo nivel que la del agua, el alcantarillado y las carreteras, lo cual es muy interesante, e intentamos documentar qué condiciones posibilitaron este cambio.
Y el último proyecto en el que estoy trabajando con el Instituto Lincoln se trata de una beca de investigación pequeña que recibí el año pasado. Quien está a cargo de la investigación es de Brasil y, junto con Argentina, Bolivia, Perú y Colombia, estamos tratando de hacer un análisis comparativo de las intervenciones que buscan apoyar la densificación.
En 2020 se inauguró la Manzana del Cuidado Manitas en Bogotá, el primero de más de 20 establecimientos de la ciudad diseñados para brindar servicios a cuidadores. Crédito: LLANOFOTOGRAFIA (www.llanofotografia.com).
JG: ¿Hay algo que la haya sorprendido o que le haya resultado inesperado durante toda su investigación?
AHT: Les he preguntado a muchas personas si están contentas con sus viviendas a nivel general y la primera sorpresa fue desde una perspectiva urbanística. Quienes se dedican al urbanismo de forma local no suelen ver con buenos ojos estos megaproyectos de viviendas de interés social periféricos, masivos y estandarizados, porque se ubican lejos de la ciudad, están desconectados y presentan problemas de accesibilidad. Yo sabía eso y, entonces, me enfoqué en el trabajo de campo con esa perspectiva crítica en mente.
Sin embargo, cuando me senté con las personas, lo primero que me dijeron fue: “No, a mí me encanta esto. Me encanta el orden. Me encanta que todo sea estándar”. Lo que los urbanistas veían como una “ciudad inhabitable” o un “no-lugar”, a la gente le parecía bien: “Me gusta porque está planeado, es ordenado, es prolijo”. Eso fue lo primero que me sorprendió.
Y me sorprendió porque estas personas habían vivido en casas construidas por sí mismas en las que tenían más espacio y más flexibilidad en el uso de los espacios, además de que estaban mejor ubicadas en la ciudad. Pero, después de pasar más tiempo con ellos, me di cuenta de que se trataba de una cuestión de prioridades: como el mercado de viviendas no les permitía comprar en ningún otro lugar, eligieron ser propietarios a pesar del tiempo que debían pasar viajando, a pesar de estar lejos de la familia, los amigos y las redes de apoyo.
Sabían lo que estaban perdiendo, pero se trataba de una elección consciente de prioridades: “Estoy eligiendo esto, por sobre esto otro”. Y lo que priorizaban era la estabilidad de tener su propia casa, aunque fuera pequeña, estuviera lejos y costara mucho. Esta elección se relaciona de forma directa con las oportunidades de movilidad social que brinda este país, que se centran en el acceso a la propiedad. Ser parte de la clase media nueva en Colombia significa más que nada tener tu propia casa en las áreas formales de la ciudad, no en los barrios informales.
JG: En lo que respecta a su trabajo, ¿qué la mantiene despierta por la noche? ¿Y qué le da esperanza?
AHT: Lo que me preocupa es que la política de vivienda en Colombia, y creo que también en otros países, sigue la lógica del mercado inmobiliario, es decir, que la única forma de resolver el problema de la vivienda es construir viviendas nuevas y venderlas a hogares de bajos ingresos mediante subsidios. Pero también hay otras alternativas; existen muchas formas de abordar el problema de la vivienda.
En las ciudades colombianas, incluida Bogotá, el déficit cualitativo de vivienda es tres veces mayor que el déficit cuantitativo de vivienda. Esto significa que la cantidad de hogares que necesitan mejorar su vivienda es tres veces mayor que los que necesitan viviendas nuevas. Sin embargo, nuestra política de vivienda otorga todos los recursos y toda la atención a la construcción de viviendas nuevas. Si bien existen programas de mejora de viviendas en los vecindarios, no reciben suficiente presupuesto, no tienen la atención necesaria y no se los considera una manera legítima de resolver el problema de la vivienda.
Entonces, quisiera que cambie el enfoque y que se empiece a brindar más atención y más recursos para mejorar lo que ya tenemos, la ciudad que ya está construida. Esto sería beneficioso tanto para el medio ambiente como para la economía de las personas. Tiene muchas ventajas, pero por supuesto que es un proceso más lento. No involucra cifras muy grandes, ni es funcional al interés de los sectores inmobiliario y financiero.
Lo que me da esperanza es que hay ciertas intervenciones que están dando buenos resultados. Una de ellas es el apoyo a la densificación en barrios de origen informal. Se trata de programas que reconocen que hay barrios de origen informal, con viviendas construidas por quienes las habitan, que son más antiguos y que tienen una buena ubicación en la ciudad, por lo que ya tienen acceso a la infraestructura y los bienes y servicios urbanos, pero necesitan apoyo para crecer en altura.
Entonces, tenemos un programa que ofrece ayuda para reforzar la estructura y subsidios para que las personas construyan un segundo piso en sus casas. Esa unidad nueva la pueden ocupar ellas mismas, si son muchas, o pueden alquilarla a otras personas para tener una fuente nueva de ingresos. Opino que es un programa muy innovador, porque mejora la seguridad estructural de las casas y fomenta una mayor disponibilidad de viviendas, mientras que posibilita que los hogares de bajos ingresos obtengan ingresos nuevos a partir de la construcción de unidades nuevas.
El Estado está apoyando un proceso que sucedería de todos modos, con o sin su ayuda. Pero, con la intervención del Estado, las condiciones son mejores y más seguras, se trata de otra manera de invertir recursos públicos para solucionar el problema de la vivienda. De todas formas, estos son proyectos piloto de escala pequeña. En el futuro, quiero trabajar para buscar la manera de ampliar este proyecto y lograr que la mejora de la vivienda y el vecindario ocupe un lugar más central en la política urbana.
JG: ¿Puede hablar de la relación entre la antropología y el planeamiento urbano?
AHT: En todos los proyectos de investigación, intento pensar los procesos urbanos desde un punto de vista de la estructura, pero también de las experiencias de las personas, y creo que haber estudiado antropología y urbanismo me permite combinar esos enfoques. Es una combinación muy fructífera para observar los procesos desde diferentes perspectivas. Cuando se trata de temas técnicos, como los instrumentos de gestión del suelo o la recuperación de plusvalías, resulta útil conversar con quienes están pasando por ese proceso para tener más contexto sobre la situación.
Desde que hice la tesis de la maestría, tengo curiosidad por saber cómo entiende la gente el valor del suelo. En los contextos que analicé, las personas están muy preocupadas por los cambios en el valor del suelo de sus propiedades, pero las formas de lidiar con esos cambios o con la posibilidad de que esos cambios ocurran son muy diferentes.
Por ejemplo, para su tesis, mi alumna analizó desde una perspectiva etnográfica cómo las personas lidian con la incertidumbre que generan los retrasos en un plan de renovación urbana, cómo entienden el posible incremento del valor del suelo de su hogar y de qué forma esa aspiración de obtener una ganancia genera tensiones en la vida diaria respecto a otros valores del hogar, como el valor de uso.
Y me encontré con la misma situación en cuanto a las viviendas de interés social, es decir, la tensión constante entre pensar el hogar como un lugar para vivir y pensarlo como una inversión de la que quisieran sacar provecho. Esas dos narrativas, esos valores, están siempre en tensión, incluso si se trata de hogares de muy bajos ingresos, e impactan no solo en los comportamientos de la gente, sino también en el comportamiento de la comunidad, e incluso en cómo se relacionan con las instituciones públicas y la ciudad.
Esa es mi inquietud principal, y por eso combino hablar con las personas, estar con las personas y pasar el rato con ellas, con tareas más técnicas como analizar documentos, leyes, reglamentaciones y datos cuantitativos.
JG: ¿Sobre qué aspecto de las viviendas de interés social le gustaría que más personas entendieran?
AHT:Debemos entender que las políticas sobre la vivienda tienen que ver con las políticas sociales y no con las políticas económicas. En Colombia, así como sucede en otros países latinoamericanos que todavía no han caído en la hiperfinancierización, tenemos la oportunidad de evitar seguir la misma dirección que los Estados Unidos, España y otros lugares en los que la crisis de la vivienda está en su peor momento. Todavía no llegamos a ese estado.
JG: ¿Qué libro puede recomendar que haya leído hace poco o cuál es su programa de televisión favorito?
AHT: Disfruté mucho la lectura del libro Préstamos fallidos, personas fallidas de Melissa García-Lamarca sobre personas endeudadas en Barcelona. Se trata de los impactos subjetivos de vivir endeudado y, además, de cómo la deuda no solo tiene que ver con un problema económico, sino también con un problema moral.
Estoy intentando vincular ese concepto con nuestro proyecto nuevo. Estoy empezando a leer análisis económico feminista y análisis económico antropológico, para entender en profundidad qué implica vivir con deuda y, en especial, una deuda por la vivienda, y qué impacto tiene en diferentes aspectos de la vida cotidiana. Porque la deuda no solo se limita a las hipotecas: las personas de bajos ingresos aquí tienen que recurrir a todo tipo de deudas, formales e informales, para cubrir el costo de vida. La deuda puede ser con un pariente, con el banco o puede ser una hipoteca, pero también puede haber deudas usurarias, como prestamistas o personas que cobran tasas de interés altas a hogares de bajos ingresos.
En cuanto a la televisión, intento ver contenido que no esté relacionado con estos temas. Estaba viendo Silo, una serie futurista distópica sobre una sociedad que vive en un edificio altísimo, pero bajo tierra: ¡algo muy deprimente! De todas formas, me gusta lo postapocalíptico.
Jon Goreyes redactor del Instituto Lincoln de Políticas de Suelo.
Imagen principal: Adriana Hurtado Tarazona de la Universidad de los Andes en Bogotá, Colombia.Crédito: Foto de cortesía.