A política de solo é um instrumento poderoso para reduzir os efeitos das emissões de gases do efeito estufa e fortalecer a resiliência às mudanças climáticas.
A mudança climática é uma ameaça à existência da humanidade. Seus efeitos estão se intensificando e serão um perigo por séculos, mesmo com reduções significativas de emissões de gases do efeito estufa. O Instituto Lincoln trabalha para melhorar a política de solo visando a prevenir os efeitos mais catastróficos da mudança climática e ajudar cidades a se adaptarem aos impactos que ainda são inevitáveis. Esse trabalho concentra-se na interseção da política de solo com o planejamento urbano e resiliência, conservação de terras e sustentabilidade hídrica.
Duas forças globais – urbanização e mudança climática – estão em curso de colisão. Tendências históricas da urbanização levaram à ocupação do solo em baixa densidade e um uso ineficiente de recursos. Isso exacerba a mudança climática e expõe milhares de residentes urbanos, especialmente os mais pobres, a graves riscos. Um melhor planejamento é essencial para um crescimento urbano mais sustentável.
As cidades são o problema e a solução. Como lugar onde a maioria das pessoas mora e onde se encontra a maior parte da atividade econômica do mundo, as cidades criam a maior parte da poluição do mundo. Entretanto, a densificação urbana, se administrada responsavelmente, pode reduzir significativamente as emissões de gases do efeito estufa. Ao longo da última década, o Instituto Lincoln vem se especializando nas relações entre uso do solo, transportes e emissões de gases do efeito estufa. O Instituto elabora ferramentas e desenvolve estratégias para tornar o crescimento urbano menos dependente de transporte veicular.
A conservação de terras não urbanizadas é uma estratégia vital para a redução de gases do efeito estufa e para a proteção de ecossistemas dos efeitos da mudança climática. A conservação de terras também pode promover uma boa ordenação urbana ao orientar o crescimento para longe de áreas periféricas dependentes de energia.
Uma política consistente e orientação governamental são necessárias, mas a ação voluntária por parte de proprietários de terra particulares é imperativa para a conservação de florestas, espaços abertos e terras agrícolas. O Instituto Lincoln é pioneiro na promoção de estratégias legais, ferramentas e instituições que aumentam a conservação de terras públicas e privadas. Em 1982, o Instituto criou a Aliança de Fundos Imobiliários (Land Trust Alliance), uma organização agora independente cujos 1.100 fundos imobiliários conservam mais de 50 milhões de acres nos Estados Unidos. Em 2015, o Instituto lançou a Rede Internacional de Conservação de Terras (International Land Conservation Network), para conectar organizações e pessoas de todo o mundo cujos esforços na conservação de terras e água tenham produzido avanços.
Sustentabilidade Hídrica
A água é o elemento vital da civilização. Sua escassez aumentada em algumas regiões devido à mudança climática; pode criar devastação social e econômica. E seu uso, que exige transporte e tratamento com uso intensivo de energia, é uma das principais fontes de emissões de gases do efeito estufa.
À medida em que muitas regiões do mundo preveem um futuro mais quente e seco, o Instituto Lincoln trabalha para coordenar melhor o uso do solo e a gestão hídrica. Esse trabalho concentra-se no oeste dos Estados Unidos, uma região onde projetos hídricos de vulto permitiram o desenvolvimento urbano em regiões áridas como Denver, Phoenix, Los Angeles, etc. Hoje, condições de seca ameaçam a economia da região e a qualidade de vida de milhões de pessoas.
Através da colaboração com o Sonoran Institute e outros parceiros da região Oeste, o Instituto Lincoln trabalha com comunidades para orientar nas decisões de planejamento e desenvolver ferramentas e estratégias para o uso eficiente da água. Entre essas ferramentas está o planejamento exploratório da paisagem – uma abordagem emergente para tratar de incertezas relacionadas a riscos potenciais como seca, inundações e incêndios florestais. O Instituto também procura criar estratégias inovadoras para compartilhar recursos hídricos para atender as necessidades da agricultura, de cidades, de comunidades indígenas e de ecossistemas.
Fora dos Estados Unidos, o Instituto tem pesquisado os efeitos da falta de água na América Latina, estudando a relação entre alocação da água e uso do solo em lugares como El Alto, na Bolívia. Essa pesquisa tem implicações na migração rural-urbana, urbanização, acesso à água e meio ambiente.
Mudança Climática com Desafio Financeiro
A mudança climática exigirá investimentos vultuosos em infraestrutura resiliente ao clima e em baixas emissões nos próximos anos – algumas estimativas apontam para mais de US$ 900 trilhões. As exigências impostas pela mudança climática tornam urgente o estabelecimento da saúde fiscal municipal. Em seu trabalho para melhorar a capacidade fiscal de governos locais, o Instituto Lincoln começou a inovar abordagens de financiamento para responder à mudança climática, usando lições aprendidas com o uso da recuperação de mais-valias.
Imagem: DLANDstudio Architecture + Landscape Architecture pllc, Architecture Research Office
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